Em Paisagens Possíveis, Mariannita Luzzati apresenta 18 pinturas em grandes dimensões e cinco em pequenos tamanhos. Elas datam de 1990 a 2021, sendo seis das obras expostas pertencentes à coleção Figueiredo Ferraz. “Esses trabalhos nunca foram expostos juntos e isso me trouxe a oportunidade de analisar este percurso”, conta. Além da paisagem, como elemento uníssono na exposição Luzzati diz perceber “uma vontade de preservar um momento ‘imagem’ em cada um dos trabalhos”, o que a fez vivenciar a experiência em cada um deles novamente.
Nota-se nesse acervo que os elementos humanos relacionados ao progresso são inexistentes na paisagem. “Em 2010, durante uma visita minha ao Estado do Espírito Santo, especialmente às cidades de Vitória e Vila Velha, comecei a sentir a necessidade de ‘remover’, em minhas anotações de desenhos e estudos para as pinturas, os elementos urbanos que para mim ‘incomodavam’ as paisagens, para que as mesmas voltassem ao seu estado natural, sem nenhuma interferência do homem”, afirmou uma vez. “São imagens que sugerem ao expectador contemplar e refletir sobre o vazio e o silêncio, o que hoje para mim, é a nossa maior necessidade”. Luzzati reforça a última afirmação ao lembrar que “a pandemia nos fez olhar para dentro de nos mesmos. Tivemos que reavaliar nossas prioridades e nos fez pensar sobre a brevidade da vida”.
Paisagens Possíveis fez parte da comemoração de dez anos de atividade da instituição.
Texto: Revista Arte Brasileiros