Cadência, 2012
Entre março e maio de 2012, Gabriela Machado ocupou as três salas do Paço Imperial no Rio de Janeiro, com uma exposição na qual expôs pinturas e desenhos realizados ao longo dos últimos anos.
A poeta portuguesa Matilde Campilho escreveu, acerca da exposição: “Uma exposição que é um percurso, mas um percurso sem ordem. A ordem, a existir, ela se acha no traço. Aqui não se procura o tempo explícito, antes se procura uma intemporalidade da coloração mágica. Mata Atlântica, jardins europeus, planícies estendidas de cactos: tudo resumido num gesto humano. Ou como alguém falou um dia, os corações dos Homens cabem nestas telas gigantes. O trabalho de Gabriela Machado é uma forma pura de dizer o namoro entre gente e natureza. Entre o sangue e a água, entre a linha de um braço e a linha desenhada. Esta é uma pintura de nascimento eterno, da constante renovação. Estas são as cores fortes, brutas, firmes, suaves e compostas. Tudo um corpo muito natural, dentro e fora das paredes do museu. Isto é a expressão da dança, e a dança é tudo aquilo que respira e canta. Nestas paredes está o jardim do mundo”.
A pintura é a linguagem predominante na produção de Gabriela, na qual podemos perceber a recorrência do uso de telas grandes e impactantes, transfigurando elementos da natureza em matéria pictórica contemporânea.
