Ana Maria Tavares Vive e trabalha em São Paulo, 1958

Obras
Biografia

Ana Maria Tavares  - Belo Horizonte, 1958

Bacharel em Artes Plásticas pela FAAP (1978-1982), mestre pela School of the Art Institute of Chicago (1984-86) e doutora pela Universidade de São Paulo (1995-2000). Contemplada com as bolsas de pesquisa Guggenheim Foundation Grant (NY 2001); Ida Ely Rubin Artist-in-Residence na MIT (Massachusetts 2007); Lynette S. Autrey Visiting Scholars da Rice University (Houston 2014). Pesquisadora e Docente em artes desde 1982, atuou na ECA/USP entre 1993 e 2017, no programa de Graduação e Pós-Graduação. Em 2016 recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Melhor Retrospectiva do ano com a mostra individual ‘No próprio lugar: uma antologia da obra de Ana Maria Tavares’, na Pinacoteca de São Paulo. Em sua produção, a compreensão de que natureza tropical e arquitetura são construções ideológicas no centro da tríade modernismo – modernidade – modernização leva à conceituação de obras que questionam as implicações políticas, econômicas e sociais do movimento moderno no Brasil, trazendo para o universo da arte a cumplicidade entre o ambiente construído e as utopias da eugenia que a historiadora da arte Fabiola López – Durán desenvolve em suas pesquisas. A obra de Tavares transpõe as dicotomias da modernidade – progresso e atraso, beleza e feiura, pureza e contaminação. Seus trabalhos recentes confrontam técnicas industriais com artesanais, levando assim à inclusão do ornamento – elemento que foi eliminado da arquitetura moderna – para interrogar gênero, raça e alteridade – temas comumente ignorados nas visões mais celebrativas do modernismo. Assim, o centro das investigações da artista desde a década de 1990 passou a ser a natureza tropical – representada seja por meio de releituras e traduções de obras de Burle Marx (1909-1994), seja por meio dos gigantescos nenúfares Victoria Amazônica ou das bacias hidrográficas brasileiras – junto com a arquitetura, que está presente nos diálogos de suas obras através do pensamento de arquitetos modernistas como Adolf Loos (1870 – 1933), Le Corbusier (1887 – 1965), Oscar Niemeyer (1907-2012) e Lina Bo Bardi (1914 -1992). Sua primeira exposição em 1982 marca o início de sua trajetória de exposições no Brasil e no exterior. Participou de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo (1983, 1987, 1991 e 2000), da VII Bienal de Havana (2000), da Bienal de Pontevedra (2000), da Bienal de Istambul (2001) e da Bienal de Cingapura (2006). Dentre as individuais no Brasil, destacam-se: ‘Porto Pampulha’ (1997) no MAP Museu de Arte da Pampulha; ‘Relax’o’vision’ (1998) no MuBE Museu da Escultura Brasileira; ‘Enigmas de uma Noite’ (2004) no Instituto Tomie Ohtake; ‘Tautorama’ (2013) no Paço das Artes; ‘Natural-Natural: Paisagem e Artifício’ (2013) no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura; ‘Atlântica Moderna: Purus e Negros’ (2014) no Museu Vale e ‘Cárceres a Duas Vozes: Piranesi e Ana Maria Tavares’  (2015), no Museu Lasar Segall em São Paulo; ‘Deviating Utopias with Victorias Regias’, na Galerie Stöeckle Hauser, em Stuttgart (2015); ‘Forgotten Mantras’ (2016), ‘O Real Intocável’ (2019) e ‘Naturalítica e Hierbabuenas’ (2023) na Galeria Silvia Cintra, Rio de Janeiro; ‘Campo Fraturado, SOS’ (2021), trabalho site specific, no Museu de Arte Moderna de São Paulo; ‘Fachadas Insanas’ (2022), na Galleria Continua, São Paulo e, em 2023, ‘Sortir du Silence: Au-delà de la modernité’, na Galleria Continua, em Paris. Tavares participou de várias exposições coletivas em museus internacionais, entre eles: ‘‘Modernité, Art Bresiliènne du XX Siècle’ at Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris  (França, 1987); ‘Ultramodern: The Art of Contemporary Brazil’ at National Museum for Women in the Arts, (EUA, 1993); ‘ES 97 Tijuana’, Centro Cultural de Tijuana (México, 1998); ‘Middelburg Airport Lounge com Parede Niemeyer’ (Holanda, 2001); ‘Côte à Côte, Art Contemporain du Brésil’, capc Musée d’art contemporain, (França, 2001); ‘Living Inside the Grid’, ‘Entrückte Körper – GRU/TXL’ (Berlim, 2002);The New Museum of Contemporary Art (EUA, 2003); ‘The Straight or Croocked Way’, Royal College of Art (Inglaterra, 2003); ‘Auf Eigene Gefahr/At your Own Risk’, Schirn Kunsthall (Alemanha, 2003); ‘Conceptualisms: Zeitgenossische Tendenzen in Musik’ (Alemanha, 2003); ‘The Encounters in the 21st Century: Polyphony – Emerging Resonances’, 21st Century Museum of Contemporary Art (Japão, 2004); ‘Farsites: Urban Crisis and Domestic Symptoms in Recent Contemporary Art’, San Diego Museum of Art (EUA, 2005); ‘Landscape for Exit I and Exit II’ (Portugal, 2005);  ‘Grandeur: Sonsbeek_10’ (Holanda, 2008); ‘Blooming Now: Brasil–Japão, o seu lugar' at Toyota Municipal Museum of Art (Japão, 2008); ‘When Lives Become Form: Creative Power from Brazil’, Hiroshima City Museum of Contemporary Art e Museum of Contemporary Art Tokio (Japão, 2009); ‘After Utopia’, Centro per l'arte contemporanea Luigi Pecci,Prato (Itália, 2009); ‘Neo-Tropicália’ at Yerba Buena Center for the Arts (EUA, 2009); ‘Colección IX. Colección Fundación ARCO’, Centro de Arte Dos de Mayo, (Espanha, 2014); ‘Spots, Dots, Pips, Tiles: An Exhibition About Dominoes’, Perez Museum (Miami, 2017). ‘Contra a Abstracção, Obras da Coleção CGD’, (Portugal, in 2018); ‘Nature’ (Sicardi Gallery, 2020); ‘A Máquina do Mundo’ (Pinacoteca do Estado, 2021); ‘Parque de Brinquedos Reinventado’, um projeto público para parque em São Paulo (2022); ‘Contemporary Art & Sculpture Park at Bechyne Castle’ (República Tcheca, 2023) e ‘In Betwwen’, Fondazione Labirinto (Itália, 2023). Em 2024, apresenta nas exposições coletivas ‘Cloudwalker’, no Museum Voorlinden (Holanda) e ‘Du Pixel à La Matiere’, no Pont Du Gard e ECHANGEUR²² Résidence Artisque (França). Possui obras em coleções privadas e acervos públicos, no exterior, Kröller Müller Museum e Voorlinden Museum, Holanda; FRAC-Haute Normandie (Fonds Régional d’Art Contemporain), França; Fundação de Serralves, Portugal; Culturgest, Portugal; Fundação Arco, Espanha; Museum of Fine Arts Houston, EUA; Museum van Hedendaagse Kunst Antwerpen, Bélgica; e, no Brasil, Pinacoteca de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea da USP; Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte de Brasília; Museu de Arte da Pampulha; Coleção de Arte da Cidade de São Paulo do Centro Cultural São Paulo; Universidade Federal de Uberlândia; e SESC Belenzinho.